Em nossa última postagem do blog, vamos tratar sobre uma das características necessárias para caracterizar um ser como sendo ser vivo e que depende da existência de DNA ou RNA para que possa ocorrer. Ou ,pelo menos, essa era a tese defendida através da ideia do Neodarwinismo, permitindo a comprovação de que a vida é ainda mais complexa do que acreditamos ser, e indicando possíveis novas criações de teorias evolucionistas.
A evolução, em um resumo simples e pequeno, representa uma ideia existente desde a teoria Darwinista de que os animais evoluem com o passar dos tempos através de um processo de seleção natural que escolhe os mais aptos a sobreviverem em um determinado ambiente e, por estarem melhores adaptados, conseguem procriar gerando mais descendentes. A ideia de mutação influenciando na evolução foi aplicada na teoria Neodarwinista e defende um acontecimento aleatório nos genes de um novo animal, permitindo que ele possua alguma característica diferente, às vezes benéfica para a sobrevivência, que poderá ser transmitida aos seus descendentes.
Necessitamos de um enfoque na ideia de mutação, esta que se apresenta como uma variação aleatória no genoma dos organismos, normalmente causando uma alteração na sequência de nucleotídeos. De certa forma, podemos dizer que uma alteração no DNA de um organismo irá gerar uma mutação na característica correspondente àquela parte alterada. Temos o exemplo da anemia falciforme, em que a alteração de um par genético do cromossomo 11 leva a alteração na produção de um único nucleotídeo, ocorrendo a alteração de apenas um aminoácido; mas essa alteração pode causar a morte do indivíduo.
Nesse contexto, percebemos que para que ocorra mutações e, por conseguinte, evolução, é necessária a existência de ácidos nucleicos. No entanto, como já foi falado anteriormente, os príons apresentam-se apenas como proteínas, não sendo biologicamente possível possuírem DNA ou RNA, já que as proteínas são produtos formados a partir de DNA e RNA.
No entanto, ao tratarmos de príons devemos lembrar que representam um campo ainda desconhecido para a medicina. Pesquisas do Instituto de Pesquisas Scripps foram divulgadas recentemente mostrando a capacidade dos príons de sofrerem mutações e passarem pela seleção natural.
As pesquisas demonstram que o fator responsável é o dobramento de proteínas(vale lembrar que esse fator também é o percebido para saber se um príon está saudável ou não). No caso, quando os príons infectantes causam transformações em príons saudáveis ou, até mesmo, quando sofrem replicação, ele podem criar novas variantes, mesmo que em baixo nível inicialmente. Quando esses príons são passados para um novo hospedeiro, a seleção natural é encarregada de "selecionar" as proteínas mais agressivas e virulentas.
Essa característica demonstra a capacidade dos príons de adaptarem-se as drogas criadas no combate de doenças priônicas e também explica o surgimento de algumas doenças priônicas, já que as primeiras encontradas foram a Scrapie na Europa e o Kuru na África, todas as outras mostram-se como variações dessas doenças.
Como os príons infectantes apresentam resistência aos fármacos, uma tese no uso de drogas que tenham objetivo nos príons saudáveis foi criada. De acordo com a tese, o objetivo não seria mais destruir a existência de proteínas agressivas, mas evitar que elas se tornem agressivas. Pesquisas indicam que, finalmente, a humanidade está caminhando positivamente para a criação de um tratamento na questão esquecida por muitos, a questão príon.
É difícil apontar com certeza que os príons estejam realmente evoluindo. O que está acontecendo, ao meu ver, é apenas uma seleção natural, já que a pesquisa não aponta dados suficientes para afirmarmos que eles estão se tornando mais evoluidos. Entretanto, sem dúvida, os príons são uma novidade na natureza e os processos que eles sofrem mostram que muito ainda há para ser descoberto.
ResponderExcluirOs príons são proteínas que se mostram capazes de auto-replicação apesar de, para isso, alterar o metabolismo celular. São responsáveis por inúmeras doenças em animais e no ser humano (doenças priônicas), todas elas fatais. A hipótese príon ignorou o chamado "dogma central da biologia" por aceitar que partículas protéicas pudessem, diretamente, produzir moléstias sem a participação aparente de qualquer ácido nucléico, seja DNA ou RNA. Possíveis repercussões desses novos patógenos: na dermatologia, com especial enfoque no risco representado pelo uso tópico de produtos derivados de cerebrosídeos bovinos (ceramidas) e da placenta, além de alguns procedimentos dermatológicos que envolvem produtos potencialmente infectados pelos príons.
ResponderExcluirO termo Príon foi cunhado em 1682 por Stanley B. Prusiner através de um amálgama entre as palavras proteinaceous e infection. Os príons são responsáveis pelas encefalopatias espongiformes transmissíveis em uma variedade de mamíferos, incluindo os humanos. Todas as doenças priônicas conhecidas afetam as estruturas cerebrais ou outros tecidos neurais, não possuem cura e são sempre fatais. Proteínas mostrando um comportamento semelhante ao dos príons são também reportadas em fungos, que tem sido úteis nas pesquisas para compreender os príons mamíferos. Os príons fúngicos aparentemente não causam nenhuma patologia em seus hospedeiros.
ResponderExcluirOs príons atrás variante da DCJ, a forma humana da doença da vaca louca, revelaram o seu lado benigno. Os príons, ao que parece, estão no centro de uma forma recém-descoberta da evolução quase instantânea que proporciona vida com uma terceira maneira de se adaptar a ambientes potencialmente letais. Essencialmente, envolve mudanças nem genéticas nem epigenéticas ao DNA. A visão convencional é que os novos traços só pode evoluir se o próprio DNA muda de alguma forma. A maneira clássica de fazer isso é através da mutação do código genético em si. Mais recentemente, os investigadores descobriram que as moléculas podem se enovelar no ADN e impedir que algumas partes da sequência sejam lidos, conduzindo a alterações genéticas através de um processo epigenético.
ResponderExcluirPríons são proteínas com duas propriedades incomuns. Primeiro, elas podem alternar entre duas formas possíveis: uma que é estável por si só e outra com uma conformação alternativa capaz de formar cadeias.
ResponderExcluirSegundo, a versão que forma cadeias tem de ser capaz de levar outras a mudar de forma e aderir à cadeia. Digamos que, na versão normal, a proteína esteja dobrada, de modo que uma porção da estrutura protéica — chame-a “aba A” — se encaixe em seu próprio “compartimento B”.
Na forma alternativa, porém, a aba A está disponível para encaixar no compartimento B de seu vizinho. Isso significa que o vizinho pode fazer a mesma coisa com a próxima proteína levando-a a acompanhá-lo para formar uma cadeia ou um “aglomerado” que pode crescer indefinidamente.
Gostaria de propor uma reflexão a respeito de em que consiste, de fato, passar por uma seleção natural. Esse processo não compreende apenas a seleção dos "mais adaptados" ou "mais resistentes"? Olhando agora de uma perspectiva mais ampla, essa não seria uma regra geral da natureza? Levando em conta, por exemplo, um conjunto de rochas de diferentes composições. Perdura a que estiver "melhor adaptada" aos estímulos do meio. Do ponto de vista molecular não é diferente: as conformações moleculares mais abundantes, são também as mais estáveis e, portanto, as mais bem adaptadas. Meu ponto aqui é que, ainda que se possa afirmar que os príons passem por um processo de seleção natural, é impossível encaixá-lo no conceito (exclusivo a seres vivos) de evolução.
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ResponderExcluirOs príons, em última análise, são moléculas de proteínas normais (PrPc) produzidas nas células dos mamíferos, através de controle dos genes. Quando a molécula adquire uma configuração diferente (PrPSc), ela se torna patogênica. Essa configuração pode ocorrer devido à existência de um gene mutante no indivíduo, que eventualmente desenvolve a doença, neste caso hereditária. Extratos de cérebro de animais doentes, contendo PrPSc, injetados em animais sãos, causam a doença; acredita-se que os PrPSc induzem os príons normais a mudarem de configuração molecular, num efeito cascata, possibilitando o estabelecimento da doença.
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