Entre essas doenças, trataremos essa semana da Encelopatia Espongiforme Bovina, popularmente conhecida como Mal da Vaca Louca. Possivelmente, essa seja a área de conhecimento da população em geral sobre os príons, devido à constante recorrência dessa doença nas mídias mundiais, principalmente durante os anos 80 e 90 quando tivemos um surto de tal doença em fazendas na Europa.
A origem da EEB ainda é incerta, sendo a explicação aceita atualmente é de que seja uma variante da doença scrapie(futuramente abordada nesse blog). Devido ao quase nenhum conhecimento dos fazendeiros sobre príons na época, foi-se utilizado ração contaminada com o PrPSc causador da scrapie em vacas saudáveis, fator que levou ao surgimento da doença.
Mas, naquela época, o agente causador ainda era incerto. Vale lembrar que a EEB surgiu pouco depois do ínicio das pesquisas sobre príons e sobre a doença Scrapie. Nesse contexto, forma criadas três hipotéses sobre o agente infectante:
- Um vírus não identificado ou uma partícula semelhante à um vírus: embora o tamanho do agente coincida, a resistência ao calor e às substâncias químicas, bem como a ausência de quaisquer ácidos nucleicos, o diferencia de quaisquer vírus conehcido
- Uma bactéria móvel(Spiroplasma): muitas das características das infecções por esse tipo de bactéria são similares ao EEB, mas não existem evidências diretas para vinculá-la ao EEB
- Uma proteína anormal(Príon): príons alterados são encontrados ao redor de todo o cérebro de vacas contaminadas por EEB, assim como em casos da doença Scrapie.A proteína é menor que um vírus e não é modificada por calor ou desinfetantes. Esta é a teoria mais aceita pela mídia, mas vai contra muitas teorias da biologia
No entanto, como a EEB atua no bovino?
A atuação do príon contaminado é muito parecida entre seres humanos e bovinos. Após a absorção do príon para a corrente sanguínea e passagem para o tecido nervoso, ele entra em contato com um príon normal e alerta seu formato, destruindo sua função original. Esse processo ocorre continuamente, até que os lisossomos atuam no combate ao agente infeccioso. No entanto, os lisossomos não conseguem destruir príons infectados, que ficam armazenado nos lisossomos e passam a obstruir a célula nervosa, causando sua morte e consequente liberação dos príons infectados para outras células
No local onde as células morrem, ocorre o aparecimento de "buracos" parecidos com o de uma esponja, daí a existência do Epongiforme e da principal característica de uma doença priônica, fato que levou a consideração do agente infectante da EEB ser um príon.
As consequências da contaminação também são parecidas. Na maioria dos casos, tudo inicia com a apresentação de um comportamento estranho pelo ser vivo infectado. No caso de bovinos, a principal característica é o descontrole motor devido aos danos em regiões responsáveis pela motricidade, encontradas nas regiões ventrais da medula espinhal e e do encéfalo, fazendo com que o animal agir como se estivesse enlouquecido, daí o nome Vaca Louca. No caso dos seres humanos, a doença evolui para problemas psiquiátricos(paranoia), prolemas de coordenação muscular, dificultando a fala e o equilíbrio do doente, espasmos musculares, problemas nos sentidos, coma e, por último, o óbito.
Deve-se ressaltar que, atualmente, não existem provas disponíveis para o diagnóstico da doença em animais vivos que sejam validadas internacionalmente. O diagnóstico ocorre no momento em que o animal exibe sintomas, nas quais exames de líquido céfalo-raquidiano, ressonância magnética e tomografia computadorizada vão resultar no diagnóstico final. Em casos extremos, ocorre a biópsia cerebral, considerada muito invasiva pela abertura do crânio.
A falta, também, de um tratamento leva os países a terem medidas sanitárias consistentes quanto à importação de carne bovina, principalmente em relação aos países europeus, onde tivemos o maior surto, que resultou na morte de inúmeros animais. No Brasil, por exemplo, é proibida o uso de proteína animal em rações, mas países como os Estados Unidos aplicam regras mais severas, como a proibição da importação de ruminantes vivos ou produtos feitos de ruminantes oriundos da Europa.
Fonte:
http://saude.hsw.uol.com.br/doenca-da-vaca-louca.htm
http://www.coladaweb.com/doencas/mal-da-vaca-louca
http://www.anvisa.gov.br/faqdinamica/index.asp?Secao=Usuario&usersecoes=47&userassunto=128
Fonte:
http://saude.hsw.uol.com.br/doenca-da-vaca-louca.htm
http://www.coladaweb.com/doencas/mal-da-vaca-louca
http://www.anvisa.gov.br/faqdinamica/index.asp?Secao=Usuario&usersecoes=47&userassunto=128