Não seria exagero afirmar que os príons são uma contradição na natureza. São seres capazes de transmitir infecções, mas não classificam-se em nenhum do 5 reinos conhecidos. Não possuem DNA ou RNA em sua composição química para transmitir seu padrão-genético para as ''células-filhas'', no entanto possuem a capacidade de reprodução, realizando cópias de si mesmo. Conseguem transmitir patologias através de infecções e por hereditariedade, fenômeno este não existente em nenhum outro caso de doenças, mas não são considerados nem ao menos seres vivos. De fato, apenas os príons encaixam-se na descrição feita.
Antes de tudo, é necessária uma breve explicação sobre o que realmente são proteínas e,
mais especificamente, essas conhecidas como príons ou PrP:
As proteínas representam o componente celular mais abundante, devido as suas variadas formas e funções. Entre elas, podemos citar:
mais especificamente, essas conhecidas como príons ou PrP:
As proteínas representam o componente celular mais abundante, devido as suas variadas formas e funções. Entre elas, podemos citar:
- Proteínas transportadoras, tais como as existentes no plasma sanguíneo
- Enzimas, presentes na maioria dos processos biológicos
- Proteínas nutrientes e de armazenamento, como as existentes em sementes para que possa haver aminoácidos suficientes para o processo de brotação
- Proteínas contráteis ou de motilidade, possibilitando a contração, a mudança de forma e a movimentação
- Proteínas estruturais, assim como o colágeno
- Proteínas de defesa, como a imunoglobulina
- Proteínas reguladoras, tal como as que se ligam ao DNA
Mesmo tendo uma enorme variedade de funções e serem conhecidas como ''a base da vida'', toda proteína é formada de aminoácidos, estes que somam no total 20 tipos de aminoácidos diferentes
O mais impressionante é que apenas esse 20 aminoácidos são a origem de uma inúmera quantidade de proteínas diferentes. Isso se deve a 3 fatores: o tipo de aminoácido que compõe a proteína, sua posição e sua quantidade. Uma alteração em qualquer um desses resultará em um proteína diferente.
As proteínas também possuem classificação em estrutura. No caso, a estrutura primária caracteriza a que já foi citada, ou seja, a sequencia de aminoácidos da molécula. A próxima estrutura, ou estrutura secundária, surge da estabilização das pontes de hidrogênio entre os grupo C=O e N-H das ligações peptídicas intra e inter-cadeias e é dividida em 2 tipos: alfa-hélice e folha beta-pregueada. No caso dos príons, a forma não-infecciosa possui, em usa maioria a primeira forma, enquanto os príons infecciosos são caracterizados pela segunda forma.
Os príons são proteínas encontradas na superfície de quase todas as células, sendo produzidos pelo nosso próprio organismo- em maior abundância no sistema nervoso central e no imunológico. Sua função é organizar e controlar a entrada de informações do meio externo para o meio interno. No entanto, no processo de endocitose de uma célula(absorção de nutrientes através da membrana celular), existe a possibilidade de um pedaço do aglomerado se desprender, dando origem aos príons no meio extracelular. Como essas proteínas são de origem da membrana celular, sua entrada em células é facilitada. Portanto, se um príons estiver infectado, seu poder de contaminação é impressionante.
No entanto, o príons não atuam sozinhos, eles necessitam de uma outra proteína que serve de acionamento aos príons para realizar suas funções. É nesse ponto que encontramos um problema, já que esse acionador funciona somente com príons na forma de alfa-hélice
Em nossa próxima postagem, aproveitaremos essa como base para falarmos dos benefícios que os príons trazem ao nosso organismo, principalmente para o sistema nervoso, além dos malefícios de um príons infectado e como ocorre essa relação entre o príon e a proteína acionadora.
Fonte:
http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/medicina-e-saude/prions-desvendados/?searchterm=Pr%C3%ADons%20desvendadoshttp://revistapesquisa.fapesp.br/2012/08/16/o-porteiro-das-c%C3%A9lulas/
http://aprendabiologiacomdjalminha.blogspot.com.br/2009/04/prions.html
http://www.uff.br/gcm/GCM/atividades/lidia/prions.pdf