sábado, 2 de agosto de 2014

10ª Postagem: Aqueles que não tem vida, mas podem evoluir

   Em nossa última postagem do blog, vamos tratar sobre uma das características necessárias para caracterizar um ser como sendo ser vivo e que depende da existência de DNA ou RNA para que possa ocorrer. Ou ,pelo menos, essa era a tese defendida através da ideia do Neodarwinismo, permitindo a comprovação de que a vida é ainda mais complexa do que acreditamos ser, e indicando possíveis novas criações de teorias evolucionistas.
     A evolução, em um resumo simples e pequeno, representa uma ideia existente desde a teoria Darwinista de que os animais evoluem com o passar dos tempos através de um processo de seleção natural que escolhe os mais aptos a sobreviverem em um determinado ambiente e, por estarem melhores adaptados, conseguem procriar gerando mais descendentes. A ideia de mutação influenciando na evolução foi aplicada na teoria Neodarwinista e defende um acontecimento aleatório nos genes de um novo animal, permitindo que ele possua alguma característica diferente, às vezes benéfica para a sobrevivência, que poderá ser transmitida aos seus descendentes.
     Necessitamos de um enfoque na ideia de mutação, esta que se apresenta como uma variação aleatória no genoma dos organismos, normalmente causando uma alteração na sequência de nucleotídeos. De certa forma, podemos dizer que uma alteração no DNA de um organismo irá gerar uma mutação na característica correspondente àquela parte alterada. Temos o exemplo da anemia falciforme, em que a alteração de um par genético do cromossomo 11 leva a alteração na produção de um único nucleotídeo, ocorrendo a alteração de apenas um aminoácido; mas essa alteração pode causar a morte do indivíduo.
     Nesse contexto, percebemos que para que ocorra mutações e, por conseguinte, evolução, é necessária a existência de ácidos nucleicos. No entanto, como já foi falado anteriormente, os príons apresentam-se apenas como proteínas, não sendo biologicamente possível possuírem DNA ou RNA, já que as proteínas são produtos formados a partir de DNA e RNA.
    No entanto, ao tratarmos de príons devemos lembrar que representam um campo ainda desconhecido para a medicina. Pesquisas do Instituto de Pesquisas Scripps foram divulgadas recentemente mostrando a capacidade dos príons de sofrerem mutações e passarem pela seleção natural.
    As pesquisas demonstram que o fator responsável é o dobramento de proteínas(vale lembrar que esse fator também é o percebido para saber se um príon está saudável ou não). No caso, quando os príons infectantes causam transformações em príons saudáveis ou, até mesmo, quando sofrem replicação, ele podem criar novas variantes, mesmo que em baixo nível inicialmente. Quando esses príons são passados para um novo hospedeiro, a seleção natural é encarregada de "selecionar" as proteínas mais agressivas e virulentas.
    Essa característica demonstra a capacidade dos príons de adaptarem-se as drogas criadas no combate de doenças priônicas e também explica o surgimento de algumas doenças priônicas, já que as primeiras encontradas foram a Scrapie na Europa e o Kuru na África, todas as outras mostram-se como variações dessas doenças.
    Como os príons infectantes apresentam resistência aos fármacos, uma tese no uso de drogas que tenham objetivo nos príons saudáveis foi criada. De acordo com a tese, o objetivo não seria mais destruir a existência de proteínas agressivas, mas evitar que elas se tornem agressivas. Pesquisas indicam que, finalmente, a humanidade está caminhando positivamente para a criação de um tratamento na questão esquecida por muitos, a questão príon.